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Um Grande Crítico da Sociedade

Gil Vicente viveu nos séculos XV e XVI. Foi um grande dramaturgo português e as suas peças eram escritas e representadas para a corte. Apesar de não ter sido o pai do teatro português, foi ele quem deu vida a elementos rudimentares até então dispersos.

No seu auto mais conhecido, Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente critica os costumes da sociedade em que viveu. “Ridendo castigat mores”, “rindo criticam-se os costumes” é, na minha opinião, uma das frases que melhor caracteriza este auto, pois na sua forma de criticar a sociedade, Gil Vicente, utiliza três tipos de cómico: o cómico de linguagem, como é o caso do Parvo (“Diabo: De que morrestes tu? / Parvo: Cagamerdeira”), o cómico de situação, na cena do Frade, por exemplo, em que ele traz consigo uma moça, um capacete, uma espada de esgrima e entra em cena a cantarolar e a dançar e o cómico de carácter, como se pode ver na cena do Judeu, na qual este quer entrar, de imediato, na barca do Diabo, mas só pelo facto de ser Judeu, o Diabo recusa-se a deixá-lo entrar.

No entanto, Gil Vicente não critica a sociedade apenas com três tipos de cómico, este utiliza personagens tipo, por exemplo, na segunda cena, o Fidalgo, representa a classe da nobreza; na cena do sapateiro, está representada a classe dos artesãos e, no caso do Parvo, as pessoas ingénuas.

Em forma de conclusão, Gil Vicente é um grande critico da sociedade dos séculos XV e XVI, mas as suas obras não criticam apenas a sociedade daqueles séculos. Estas, são intemporais, pois tudo o que Gil Vicente critica continua a acontecer no século XXI, com uma pequena diferença na mentalidade.

Evidentemente, há sempre aquela personagem que mais nos marca, e para mim, essa personagem é o Judeu pela forma como é criticado.

Em suma, podemos concluir que, para além de um grande dramaturgo, Gil Vicente foi também um grande crítico da sociedade, e as suas obras são intemporais, mesmo quando remetidas para a atualidade.

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