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Análise da obra "Leandro, Rei da Helíria

  • Turma do 7ºA
  • 30 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Nas passadas aulas de Português, a turma do 7º A, analisou o texto dramático Leandro, Rei da Helíria, de Alice Vieira que tem como base, o conto tradicional “Comida sem sal”. A interpretação desta obra tem como objetivo a descoberta dos seus valores subjacentes.

Esta é a história de um rei, que se sente velho demais para continuar a reinar e que ficou assustado com um sonho que julgava ser um recado dos deuses: “Os sonhos são recados dos deuses.”, levando-o a perguntar às filhas o quanto elas gostavam dele. “Quero-vos como a comida quer o sal” foi a resposta que não quis ouvir, tal era a sua “cegueira” psicológica. De facto, este rei abusava do poder, maltratando os seus súbditos incluindo o seu fiel Bobo que permaneceu sempre a seu lado mesmo quando aquele perdeu, por completo, a visão e ficou sem o seu reino.

A presença das personagens cómicas nomeadamente o Simplício com a sua única frase “Tiraste-me as palavras da boca”, o Felizardo que, com a sua lista de bens, queria demonstrar a sua falsa riqueza, o pastor que falava constantemente das qualidades da sua Briolanja e, por fim, o Bobo com a sua ironia, os seus apartes, as suas reflexões e ensinamentos, surgem como que personagens-tipo, que espelham a sociedade de então e a de hoje em dia. Podemos afirmar que é uma obra que transmite valores intemporais.

Assim, salientamos o amor parental de Leandro para com as filhas e como este era retribuído apenas por uma delas, demonstrando, por outro lado, a ingratidão e falsidade das restantes. O amor verdadeiro de Violeta e Reginaldo que se mantiveram juntos mesmo nos momentos mais difíceis, ao contrário dos casamentos por conveniência das duas irmãs mais velhas com os príncipes Felizardo e Simplício.

A lealdade do Bobo também é um valor que sobressai, pois este permanece sempre fiel ao seu amo, mesmo que este o maltrate ou o desrespeite. Esta fidelidade também é sentida na personagem o Pastor, tanto para com a sua esposa como para o seu rei, Reginaldo.

Por fim, temos o perdão e o arrependimento transmitidos na última cena no momento em que Leandro se apercebe do quão foi injusto com a única filha que o amava realmente. Violeta perdoa o pai dizendo “Quem ama, senhor, não deve pedir nada em troca desse amor”.

Em jeito de conclusão, esta história além de nos transmitir valores, fez-nos refletir sobre a importância do sal. Na verdade, este ingrediente tão usual no dia-a-dia, já serviu, em tempos, como pagamento dos ordenados, dando origem à palavra “salário”. O seu valor é de tal ordem que é comparado ao amor sentido por Violeta e à riqueza de uma casa: “Grande vai o mal na casa onde não há sal.”.

Além deste provérbio, existem mais alguns que passamos a citar:

“A religião quer-se como o sal na comida, nem de mais nem de menos.”

“O ovo quer sal e fogo.”

“O sal quanto salga, quanto vale.”

“Ovo sem sal não faz bem nem mal.”

“Peixe podre, sal não cura.”

“Quem quiser comer sem sal, vá para o hospital.”

“Tudo se quer como o sal na comida”



Turma do 7ºA in Aula de Português


 
 
 

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