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"Amar pelos dois" Análise Poética

  • 8ºA
  • 15 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Se um dia alguém Perguntar por mim Diz que vivi Para te amar Antes de ti Só existi Cansado e sem nada p’ra dar Meu bem Ouve as minhas preces Peço que regresses Que me voltes a querer Eu sei Que não se ama sozinho Talvez devagarinho Possas voltar a aprender Se o teu coração Não quiser ceder Não sentir paixão Não quiser sofrer Sem fazer planos Do que virá depois O meu coração Pode amar pelos dois

Análise Poética:


«Amar pelos dois» é um poema de Luísa Sobral que aborda o tema do verdadeiro amor e os encontros e desencontros que um casal pode sofrer.

Na primeira estrofe «Se um dia alguém/perguntar por mim/diz que vivi/para te amar» existe uma ligação muito forte do sujeito poético com o “tu”, fazendo com que este use uma hipérbole para realçar o facto da sua vida não ter sentido sem o amor da sua amada.

Nos três versos seguintes da segunda estrofe, podemos entender que o sujeito poético apenas existia, com uma vida banal e monótona e que só começou a viver realmente quando conheceu o seu verdadeiro amor: “ Antes de ti/Só existi/ Cansado e sem nada p’ra dar”. Com as enumerações, hipérboles e anáforas presentes no texto destaca-se a vontade que o sujeito poético tem em recuperar a amada.

Já nos últimos quatro versos da segunda estrofe do poema «Meu bem/ ouve as minhas preces/peço que regresses/ que me voltes a querer» entendemos, através do vocativo “ Meu bem” e do modo imperativo do verbo “ouvir”, assim como o modo conjuntivo dos verbos “regressar” e “voltar”, que o sujeito poético, através da sua fé, quer recuperar a presença do «tu» como antigamente. Assim, percebemos que, em tempos, terá havido uma relação entre os dois.

Nas últimas duas estrofes, através do futuro do conjuntivo e da anáfora “ Não ”, o eu poético oferece a hipótese de poder amar pelos dois, sem fazer planos para o futuro, se o coração dela não quiser ceder, nem sofrer. De salientar a metáfora e a personificação do órgão/ sentimento que vem dar ênfase à sua vontade própria de poder amar e se apaixonar de novo.

Finalmente, a antítese “Que não se ama sozinho”/ “Pode amar pelos dois”, vem explicar que o sujeito poético está disposto a “amar pelos dois”, enquanto ela aprender a voltar a amá-lo.





 
 
 

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