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Dentro dos livros


Estava sentado no sofá agarrado aos meus livros como não existisse mais nada à minha volta e ia realmente viajar para dentro dos livros. Mas apesar de adorar estar nesse mundo rodeado de letras, algo não parecia estar bem, algo estava diferente. Da última vez que entrei livros a dentro, existiam pequenas casas com jardins muito coloridos e cheios de vida, como se estivéssemos num conto de fadas. Desta vez, as casas pareciam esconderijos cobertos por grandes árvores que tornavam o ambiente muito escuro e sombrio. Eu não sabia o que se estava a passar, mas não pude deixar de descobrir. Por muito arriscado que fosse, eu tinha de saber de alguma forma o que tinha acontecido àquele lugar tão especial. Fui então pelo meio das árvores, estava um silêncio muito estranho naquele lugar que costumava ser muito alegre, cheio de cor e músicas pelas ruas. Mas não me deixei intimidar, continuei o meu caminho à procura das pessoas que viviam nas redondezas talvez tivessem uma explicação para tudo isto. Passado um bom tempo a caminhar, encontrei um rapaz com ar muito atarefado como se estivesse a reconstruir aquela escuridão, contudo não hesitei e perguntei-lhe: – Desculpa, podes explicar-me o que é que se passou por aqui? – Claro! Eu ainda tenho muito que fazer, mas não me custa nada ajudar-te. – respondeu. – Como nós somos muito alegres, por vezes incomodávamos a nossa vizinhança que um dia decidiu vingar-se e rugaram-nos esta praga de árvores sombrias e sem cor. Estava desvendado o mistério. Mas como é que alguém é capaz de destruir assim uma história tão alegre e colorida? Gostava de saber a resposta a esta pergunta, contudo não queria causar problemas. Por isso, decidi regressar e deixar as letras no seu mundo, que às vezes é difícil de compreender como se tivéssemos de viver cada momento narrado por elas para entender o que nos dizem.

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